sábado, 17 de maio de 2014

FILOSOFIA DE AMOR E SEXO


Juntos ou separados, Amor e Sexo estão em nossas vidas permeando nossas relações de família, amigos e as muito e mais íntimas relações de casal. Tenho filosofado muito a respeito e ganhado boas companhias para filosofar também. Hoje é dia de provocação, leitor. Serão mais perguntas que afirmações. E você tem respostas?
Não ouso colocar em discussão amor de pais e filhos. Talvez esse seja o único amor que não se discute, ele existe e pronto, salvo raríssimos casos. E existe forte, pleno, incansável, independente de afinidades, na maioria gritante das relações.
Já o amor fraterno tem lá as suas variáveis. Ele existe sim, porém a afinidade tem papel fundamental na força e na intimidade que brota desse amor.
E o que dizer do amor entre amigos? É o amor sem sexo, sem atração física? Possivelmente sim. E pode até ser um amor comparado a um encontro de almas gêmeas, tamanha a afinidade e sintonia. A velha máxima que diz não existir amizade entre homem e mulher procede? E pode nascer uma atração física numa relação de amizade? E nasce amizade após um encontro físico sem amor?
O que vem primeiro, o Amor ou o Sexo? Um existe sem o outro? Um suporta a ausência do outro? Existe o “grande Amor”? Amor eterno? O que seria exatamente “casar por amor”? Existe prazo de validade para o tesão ou o amor? O que diferencia o amor que sinto pelo meu amigo do amor que sinto pelo meu parceiro, namorado, marido? O sexo? Se sim, nas fases em que o tesão está adormecido no relacionamento, certamente ainda existe amor. Se existe amor, a relação perdura. Perdura? E se, sem tesão no relacionamento, uma traição ocorrer por sexo? É falta de amor? É falta de respeito? É falta de uma afinidade que resgate o tesão adormecido? É motivo para o fim de um relacionamento? Se sim, o que une um casal, o amor ou o sexo?
Está em dúvida? Ótimo! As dúvidas nos fazem pensar e evoluir. E hoje é dia de provocação e filosofia. Respostas!?

domingo, 11 de maio de 2014

JURAS DA NOITE


Brota a noite,
Inteira nossa, ciente de nós.
Noite jurou muito estrelar ao
Brindar nosso encontro,
Rir dos pensamentos pares,
Festejar os ímpares, as risadas.
E jurou não findar ao som dos devaneios,
Ou de alguma cantoria.
Jurou ser cúmplice e noite até que os olhos se leiam,
As palavras se misturem ao desejo.
Até que, de tão juntos na noite, única sombra se veja.
Jurou-se real.
Jurou voltar e voltar e voltar.


Escrita em 10/5/14

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Poesias que ouço – “Sonetos” – Vinicius de Moraes


O Poetinha é minha referência. Conquistou-me desde “A Arca de Noé”. E como eu adorava ouvir esse disco, as poesias de Vinicius e Toquinho!
O legado de Vinicius é gigantesco! Poeta, compositor, autor, crítico de cinema, Vinicius foi muito além da poesia e, além do amigo Toquinho, contou com renomados parceiros durante a vida: Tom Jobim, Baden Powell, Carlos Lira, Francis Hime, Edu Lobo, Maria Creusa, Haroldo e Paulo Tapajós, entre muitas outras feras.
Em 1957 é publicada a primeira edição do Livro de Sonetos, grande clássico de Vinícius. E muitos desses sonetos foram declamados incansavelmente, em áudio e vídeo.
É torturante dizer que gosto mais de um ou outro. Escolhi alguns de meus preferidos em letra e som.

SONETO DO AMOR TOTAL

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.


SONETO DE FIDELIDADE

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


SONETO DE SEPARAÇÃO

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto


De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama


De repente não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente


Fez-se do amigo próximo, distante

Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente




Vinícius é um vício meu! Será pauta e paixão eternas!